sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Croquis








Virou:

Experiência diferente na cidade - Música no mirante

Há umas 2 semanas, eu e amigos fomos ao mirante localizado nas imediações do parque Mangabeiras. A nossa espontânea atividade abre um leque de discussões sobre espaço; tais como a maneira de que podemos configurá-los para um fim diferente do que ele foi destinado.




Parte da trilha do dia.




O clima no periodo vespertino é bastante agradável. Poderia ser mais explorado para shows e concertos pequenos caso fosse reforçado o policiamento.

Seminário Paisagens Periféricas

Ocorrido no dia 06/11, o seminário Paisagens Periféricas foi uma ótima oportunidade de nós estudantes vermos como a arte se configura atualmente.
Um dos pensamentos mais marcantes no meu ponto de vista, foi proporcionado por Laymert Garcia. Na parte em que ele disse que após uma conversa com um índio, o índio falou: "... enquanto vocês gostam de computador do lado de fora, o nosso está do lado de dentro".
Totalmente pertinente também, foi a observação dele, de que a arte se segmentará para mercados nunca antes imaginados, como América Latina e Ásia. Isso porquê, segundo ele, a Europa e América do Norte estão "quebrados".
Fato que se comprova, ao vermos a franca expansão dos países sub-desenvolvidos, e a estagnação (as vezes até decrescimento) dos países hoje considerados de primeiro mundo.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Disse que me disse que a arte segue o homem, o homem segue a arte, e ele a concatena à Arquitetura.

Há exatos três dias, assisti um workshop sobre músicos autodidatas - isto é, aqueles que aprenderam a reproduzir e compor canções sem nenhum tipo de aula ou intervenção de professores. Foi interessante saber que muitos jazzistas mundialmente conhecidos adquiriram sua habilidade somente com treino. E alguns até com pouco tempo: prova de que isso já estava no sangue. Então comecei a me perguntar: a habilidade nos meios da Arquitetura, que atualmente se configura como uma forma de manifestação artística e sentimental, também poderia ser algo vindo de berço? A nossa música congelada (como foi proferida por Goethe), poderia ser descongelada à gosto de nossos devaneios? E ainda mais, poderia um ser humano dotado de sensibilidade, observações e experiências de vida projetar um Atelier Hollein ou dissertar um texto nos moldes de Jane Jacobs sem nunca ter estado em uma sala de aula? Poderia, sim.
Um bom exemplo seria citar Leonardo da Vinci, que com técnicas primitivas conseguiu estabelecer pressupostos e perpassar barreiras. Se compararmos o que lhe foi ensinado com o que dispomos hoje em dia, veremos que o seu tamanho desenvolvimento se deve principalmente a experimentações pessoais e curiosidade do que o cercava.
Seu talento e seu singular trabalho sobre adversidades o ajudou a cultivar um fértil solo para seus descendentes.
Outro ponto que corrobora essa hipótese, são as civilizações antigas. Há mais de 10 séculos atrás, os astecas desenvolveram conceitos primorosos para hoje em dia. Um deles foi traçar as principais avenidas de Tenochtitlán tendo como base pontos periféricos da paisagem, principalmente os topos dos morros e o percurso do sol.


Dispondo de informações assim, denota-se que o campo das Artes e Arquitetura silenciosamente evolui com o homem, e só ganha uma nova amplitude durante um confronto de ideias. Isso nos leva a uma conclusão. Não devemos nos ater a imposições nem moldar nossas mentes ao que já foi estabelecido. O que devemos fazer na sala de aula é nos sensibilizar, instrumentalizar e abstrair uma visão do mundo tendo como referência os ensinamentos do mestre. Com essa abstração, pouco a pouco veremos que a verdadeira educação pode vir do lugar de onde menos esperamos.


"O início da sabedoria é a admissão da própria ignorância". (Sócrates)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Disse que me disse que em São Paulo aconteceu um concurso de projetos de habitações populares sustentáveis, promovido pelo CDHU e IAB-SP.

Tão grande como o título acima, foi a enchurrada de projetos recebidos pelos avaliadores no meio do ano. Induzidos pelos organizadores a promoverem conjuntos residenciais ecologicamente e finaceiramente viáveis, 61 escritórios enviaram suas propostas para concorrerem em 06 categorias.
Após uma refinada análise, o júri escolheu os projetos, sempre visando aspectos estruturais, financeiros, estéticos e auto-sustentáveis. Além dos vencedores ganharem a promessa do estado de que em breve sairão do papel, eles também ganharam um prêmio pelo excelente trabalho. A seguir os belos projetos vencedores que foram concebidos por arquitetos Brasil afora.


Vencedores da categoria Casas Térreas: Gustavo dos Santos Correa Tenca, Giuliano Augusto Pelaio e Érica Cristina Rodrigues Souza. Equipe: Saulo Feliciano


Vencedor da categoria Sobrados: Carlos Cesar Arcos Ettlin. Coordenadores: José Maria de Lapuerta Montoya e Paloma Campo Ruano. Equipe: Fernando Botton, Alberto Garcia Jiménez, Beatriz Martines González, Guilhermo Sicre, Jorge Romera Herrero, Luis Moranta Sastre, Magdalena Sakowicz, Marta Renom Carbone, Elena Tejeiro Medina e Rodrigo Rieiro Diaz Jeremy Rey.


Vencedores da categoria Casas Escalonadas: Augusto Aneas, Fernão Morato e Guilherme Gambier Ortenblad. Consultores: Mauro Zaidan e Werner Sobek


Vencedores da categoria Até 03 pavimentos: Monica Drucker e Ruben Otero. Consultor: Pedro Teleki. Equipe: Ignacio Errandonea, Victor Minghini, Roni Ebina, Federico López Ortega, rebeca Swann e Stefanni Paulla


Vencedores da categoria Quatro pavimentos: Gregory Bousquet, Carolina Bueno, Olivier Raffaëlli e Guillaume Sibaud. Equipe: Aline D'Avola, Pauline Beaumont, Thiago Bicas, Carolina La Terza e Paula Saad


Vencedores da categoria 6 e 7 pavimentos: Lucas Fehr, Mario Figueroa e Daniel Bonilha. Consultores: Nicolás Parra, Ricardo Dias e Mauro Zaidan. Equipe: Mario do Val, María Paula González, Felipe Gomez, Guilherme Barahona, Mauricio Mendez, Jorge Paparoni, Juan Felipe Herrera, Sebastian Chica, kirsti Oygarden e Santiago Ramos



Este concurso não poderia ter vindo em hora mais oportuna. Somente em 2011, a nossa excelentíssima presidente recém eleita Dilma Rousseff prometeu que irá entregar 2 milhões de residências populares ligadas ao projeto "Minha casa, Minha vida". Torçamos para que os projetistas destes blocos atentem para recursos simples, como captação de energia solar e reservatórios de água fluvial; que segundo os blogs anteriormente citados, podem ser montados por valores incrívelmente acessíveis. Outro recurso que poderia ser mais explorado, são os plásticos reciclados e bagaços de cana de açucar. Esses materiais poderiam ser implementados em esquadrias de janelas, pisos, corrimãos, móveis e tubulações (o interior deste veículo é da medula da cana, e corrobora a teoria de que extratos substituem perfeitamente materiais rígidos).
A tônica desta discussão inevitavelmente nos lembra a célebre frase de Antoine Lavoisier: "Nada se perde, tudo se transforma". Ninguém quer mais perder, e a cada vez mais os discursos de energia limpa/produto reciclado são vendidos em ilimitadas ocasiões.
O propósito da discussão? A alegria do nosso bolso. E a natureza sorri mais ainda.


Referências:

Concurso CDH/IAB-SP

Propostas da Dilma

Captação da àgua da chuva

Fiat Uno Ecologic

Cadeiras de plástico PET

domingo, 14 de novembro de 2010

Resenha Cinematográfica

A Viagem de Chihiro (Sen To Chihiro no Kamikakushi)


Certo dia eu estava "de bobeira" em casa, e a bobeira era tanta que eu decidi transformar meu ócio em algo produtivo. Optei em realizar uma das tarefas pedidas pelos professores de Oficina; assistir um filme que nunca tenha passado em cinemas brasucas, e que não seja um blockbuster. Confesso que encontrar um filme com essa característica pela rede não é uma tarefa árdua, então fiz questão de procurar um que apresentasse valor para mim. Após uma breve procura, encontrei uma animação de 2001, intitulado A Viagem de Chihiro. Optei por assisti-lo, pois já havia recebido indicações de pessoas (com gosto confiável) e eu já havia visto boas animações do seu estúdio (Ghibli).

Enredo: A história têm em seu panorama central Chihiro, uma garotinha filha única que está se mudando com seus pais para uma casa no interior do Japão. Na hora da chegada, seu pai decide pegar um caminho alternativo, e todos param perto de um beco. Um mal pressentimento assola Chihiro; por isso ela reluta e fica com medo de prosseguir. Porém é pressionada por seus pais a acompanhá-los. Chegando lá, eles descobrem uma vila com muita comida, e atraídos pelas gigantes porções decidem comer. Nisso Chihiro decide passear nos arredores da vila, e quando volta, seus pais foram transformados em porcos! Para aumentar o sufoco da menininha, ela se depara com um bando de espíritos e figuras folclóricas japonesas na vila - agora escura.
Nisso a trama vai se desenrolando: a tentativa de Chihiro de transformar seus pais em humanos novamente desbravando o fértil e folclórico mundo japonês.

Relações com Arquitetura:
As edificações mesclam influências vitorianas com orientais e a decoração é típica do Oriente. O elevador totalmente de madeira na casa principal chama atenção, mas não se compara à ponte de entrada da casa de banho.

Produção:
As sequências de imagens e a sonoplastia do longa são excepcionais. Típico do Estúdio Ghibli, que consegue com perfeição levar cenas do cotidiano humano para animações. Cenas bucólicas, como a de Chihiro viajando no trem sobre o oceano, são saltar os olhos.


Avaliação: **** (4/5)

(JPN; 2001. 125 min. Ganhador do Oscar de Melhor Animação em 2003).

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Disse que me disse: Festival de Jardins do MAM

Há cerca de dois meses, o Festival Internacional de Jardins de Chaumont-sur-Loire ganhou sua primeira versão fora de seu país natal (França). O país escolhido foi o Brasil, e a montagem foi feita nos arredores da marquise do Museu de Arte Moderna do Parque Ibirapuera/SP. Para estimular a francofilia e divulgar a marca, um dos curadores (também francês), teve o cuidado de trazer vários projetos de paisagistas conterrâneos.

Abaixo estão os 4 projetos de que mais gostei. O evento está abrigando 9 jardins, e cada um possui cerca de 200m². O tema escolhido para este ano foi "alimentação".

Este atípico jardim foi projetado por um casal francês (Christine e Michel Péna), e remete a uma gigante toalha de piquenique ao balançar do vento.









Este foi criado pelos brasileiros Ernesto Neto e Daisy Cabral. A inspiração foi a gestação (a vista aérea se assemelha a um feto), e seu nome é Ovogênese.









O sol foi a grande inspiração da artista fluminense Beatriz Milhazes. Neste jardim há semi-circulos que receberam girassóis.











Este jardim é segmentado por uma série de círculos que constituem um labirinto. Ele me lembrou os famosos sinais circulares que supostamente foram feitos por aliens em plantações de milho ao redor do mundo. De autoria de Louis Benech.






Como podemos ver, a maioria dos projetos não levam certos aspectos melancólicos dos jardins mais tradicionalistas (tais como grandes áreas sombreadas e predominância do verde). Agora há uma intensa e renovada exploração de cores, formas e texturas; que nos leva a formular uma ideia mais concisa de quais rumos o paisagismo tomará.
O resultado é um evento singular, que se adaptou às curvas de Niemeyer e ao paisagismo original inspirado em Burle Marx. O evento começou dia 22 de Setembro e irá até 31 de Dezembro de 2010. Uma ótima pedida para moradores e estudiosos da área paisagística.



Referências:
Casa Abril
Wikipédia

MAM